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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Milhares de egípcios celebram um ano da revolução na praça Tahrir

Milhares de egípcios celebram um
ano da revolução na praça Tahrir

Clima é de festa, mas também de reivindicação, com bandeiras de partidos políticos
EFE
egito, um ano depois do levanteMahmud Hams/AFP
Um anos depois do levante, milhares de egípcios lotam a praça Tahrir, símbolo da revolução que derrubou Hosni Mubarak
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Milhares de egípcios estão reunidos na emblemática Praça Tahrir do Cairo para celebrar em clima de festa e, ao mesmo tempo, de reivindicação o primeiro aniversário da revolução que derrubou o ex-presidente Hosni Mubarak.


Se a revolução egípcia de 2011 mudou a vida de alguém no Egito, foi a dos moradores e comerciantes da praça cairota de Tahrir, testemunhas dos protestos e distúrbios do último ano.

Centro administrativo e turístico por sua proximidade a vários edifícios governamentais e ao Museu Egípcio, a Tahrir passou a ser símbolo da revolta popular contra o regime de Hosni Mubarak e a Junta Militar.

Isso fez com que Mahmoud, um idoso dono de uma loja de bolsas em um dos prédios da praça, no qual também vive, tenha se transformado num especialista nos confrontos de rua. "Quando há gás lacrimogêneo, usamos vinagre e Coca-Cola, e mantemos as janelas fechadas", conta.

Mahmoud assegura que nunca teve medo quando houve confrontos entre manifestantes e as forças da ordem e que, quando não pôde sair de casa, pediu comida fora em algum restaurante para poder comer. A porta do edifício onde o idoso mora está coberta de papelões, que substituem os vidros quebrados pela Polícia durante os distúrbios do último novembro.

O porteiro, Ibrahim, se lembra da tensão vivida em uma noite: "Os manifestantes entraram para se proteger da polícia e eu fechei a porta com chave por dentro". "Então, chegaram alguns homens vestidos à paisana que diziam que eram policiais pedindo para que eu abrisse. Como não tinha certeza, não abri", comenta. No final, eram agentes e quebraram o vidro da porta para entrar e prender os manifestantes ali escondidos. Ao porteiro, só ameaçaram.

No entanto, nem todo mundo se viu prejudicado pelos distúrbios na Tahrir, já que há quem tenha aproveitado para fazer negócio, como o hotel Ismailiya.

Situado no oitavo andar de um imóvel, as varandas do hotel têm uma vista privilegiada da praça, cobiçada por jornalistas e câmeras de televisão que cobriram os protestos no Cairo. Repórteres de todas as nacionalidades foram hóspedes deste hotel, cujos quartos se transformaram em estúdios de televisão improvisados.

Com a falta de turistas, a nova clientela de garantiu a sobrevivência do negócio durante a instabilidade no Egito. A falta de visitantes estrangeiros também afetou a farmácia Doutor Malek, próxima ao Museu Egípcio, cujos clientes provinham das hospedarias próximas.

"Agora temos picos quando há distúrbios na praça", assinala o farmacêutico Magdi, que detalha que, sobretudo, vendem material de primeiros socorros como iodo, vendas e máscaras cirúrgicas, que os revolucionários usam para se proteger do gás lacrimogêneo.

"Trabalhamos lado a lado com os manifestantes", diz Magdi. "Durante a Revolução, dávamos os remédios de presente; agora cobramos, mas com um bom desconto".

Para Magdi, a situação em Tahrir se deteriorou nas últimas semanas porque já não há manifestantes acampados, mas "delinquentes" que assaltam os pedestres.

A insegurança não é o único inconveniente para os moradores e empregados de empresas em Tahrir. A região também sofre com os engarrafamentos. Não que ewles já não existissem antes da revolução, mas se intensificaram por causa da escassez de guardas de trânsito, que se retiraram da área para evitar a fúria dos manifestantes que os consideram símbolo da repressão das autoridades.

A construção de muros de concreto em algumas ruas que cercam Tahrir também é um problema, pois isolam prédios governamentais como o Ministério do Interior, o Conselho de Ministros e o Parlamento. "Agora temos que dar uma volta grande se quisermos ir à rua Qasr al Aini", se queixa o porteiro Ibrahim, que apesar de todas os incômodos, não se mudaria da praça.

publicado em 25/01/2012 às 08h52
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ONGs denunciam à ONU 'abusos' em ação na Cracolândia

Atualizado em  25 de janeiro, 2012 - 09:05 (Brasília) 11:05 GMT

Usuário na Cracolândia /AFP
Uso excessivo da força contra usuários de droga está entre acusações feitas por ONGs
Quatro ONGs fizeram na terça-feira uma denúncia formal a relatores independentes da ONU, criticando supostos abusos do poder público durante a operação policial realizada no início do mês na área de São Paulo conhecida como Cracolândia.
Entre as acusações presentes no documento estão a de uso excessivo da força por parte da Polícia Militar contra usuários de drogas, o tratamento desumano e a falta de assistência em saúde.
"O que nos levou a fazer essa denúncia foram os inúmeros casos de violação de direitos humanos que presenciamos durante a ação na Cracolândia", disse à BBC Brasil Lucia Nader, diretora executiva da Conectas, uma das ONGs responsáveis pelo documento.
O caminho que a denúncia percorrerá a partir desta quarta-feira começa nas mãos de três relatores da ONU - a brasileira Raquel Rolnik (responsável pelo direito à moradia adequada), o indiano Anand Grover (direito à saúde física e mental) e o argentino Juan Mendez (tortura e tratamentos desumanos).
Os relatores independentes, responsáveis por examinar e monitorar possíveis violações aos direitos humanos, se reportam ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, com sede em Genebra, na Suíça.
Após analisar as queixas por cerca de uma semana, eles devem encaminhar um questionamento ao Ministério das Relações Exteriores. Como são citadas responsabilidades do município e do governo de São Paulo na operação, ambos poderão ter de responder às indagações da ONU.

Operação

No dia 3 de janeiro, em uma ação conjunta entre o governo paulista e a Prefeitura da capital, a Polícia Militar deu início à tomada da Cracolândia, com a remoção dos dependentes químicos e traficantes presentes no local.
Relatos indicam que, durante a operação, os PMs chegaram a usar balas de borracha e bombas de efeito moral contra os dependentes químicos, prática que foi posteriormente vetada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
De acordo com o governo do Estado, nos 22 dias de operação, 154 pessoas foram presas, 46 condenados foram capturados e cerca de 10 mil pedras de crack foram apreendidas, além de 15 kg de cocaína e 43 kg de maconha, em mais de 8.200 abordagens policiais.
Também ocorreram 113 internações e 553 encaminhamentos para centros de saúde, enquanto 1.813 pessoas foram encaminhadas para abrigos.
Após a operação policial, o Município interditou e demoliu prédios irregulares, fechou estabelecimentos comerciais e deu início a programas de assistência social na região.

Abusos

As ONGs esperam que a denúncia ajude a esclarecer pontos que consideram obscuros da operação, além de investigar e punir supostos abusos policiais e omissões do poder público, especialmente na área da saúde.
"Pedimos aos relatores que solicitem informações sobre o que está realmente acontecendo na Cracolândia e sobre os próximos passos da operação", afirma Nader, da Conectas, acrescentando que até o momentos não foi apresentado um planejamento oficial claro do que vai acontecer daqui para frente.
De acordo com a diretora da ONG, outro dos objetivos do documento é lembrar, via ONU, que o Brasil tem de respeitar, além da Constituição, os tratados internacionais de direitos humanos dos quais é signatário.
Redigida em conjunto com as ONGs Instituto Práxis, Pastoral Carcerária, Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, a denúncia também pede que, caso sejam comprovados os abuso, os responsáveis por violações dos direitos humanos sejam punidos.

Inquéritos e visitas

O apelo feito pelas organizações foi baseado em Boletins de Ocorrência registrados por vítimas da violência policial, inquéritos do Ministério Público e diversas visitas à Cracolândia.
Tanto Nader como Paulo César Malvezzi, advogado e presidente do Instituto Práxis, citaram que eles próprios ou outros funcionários de suas ONGs puderam presenciar cenas de truculência policial.
"Ouvimos relatos de grávidas que foram acordadas por forças da segurança com chutes na barriga", afirma Malvezzi. "O que mais me chocou foi a falta de parâmetro policial. Vi um usuário fumando crack na frente de policiais e eles não fizeram nada. Enquanto isso, um grupo foi dispersado sem motivo aparente e uma menina levou um tiro de bala de borracha ao contestar um policial sobre seu direito de permanecer em local público."
Há outros exemplos que se encaixam em denúncias de tratamento degradante, falta de acesso adequado a serviços de saúde e restrição da liberdade de ir e vir.

Sem compromisso

Segundo o documento, essas violações demonstram uma falta de compromisso com as normas de direitos humanos, particularmente por parte autoridades municipais e estaduais de São Paulo.
Consultados pela BBC Brasil, tanto o Governo Estadual quanto o Município reiteraram que a operação foi legal e afirmaram que só irão se posicionar após serem notificados oficialmente.
Quando a denúncia chegar ao Itamaraty, o governo brasileiro deve avaliar se responderá ou não ao documento.
Em qualquer um dos casos, o parecer do Conselho de Direitos Humanos deve ser discutido em duas reuniões do órgão. A primeira é o encontro anual, que acontece em março, em Genebra. A outra é a sessão regular do conselho, entre maio e junho, que é responsável por analisar periodicamente a conduta de todos seus Estados membros.

Com sanções duras, Europa aumenta tensão com Irã


Ameaça do Irã de bloqueio do estreito de Ormuz é maior temor atualmente.

Os ministros das Relações Exteriores da União Européia aprovaram nesta segunda-feira a adoção de um embargo ao petróleo iraniano, como resposta ao programa nuclear do governo de Teerã.
A medida envolve a proibição imediata de novos contratos para a compra de petróleo do Irã por parte dos países do bloco.
Além disso, a União Européia também vai impor restrições ao Banco Central iraniano e expandir uma série de outras medidas já existentes que visam diminuir a capacidade do Irã de negociar com outros países.
Segundo analistas, as novas sanções, que também determinam que os contratos de petróleo existentes serão cumpridos até o dia 1º de julho, devem aumentar ainda mais a tensão entre o bloco europeu e o Irã.
O editor da BBC para a Europa Gavin Hewitt afirma que estas estão entre as medidas mais duras já adotadas pela União Européia contra o país.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que o embargo mostra "a determinação da União Européia nesta questão".
"É absolutamente correto fazer isto quando o Irã continua a desrespeitar resoluções da ONU e se recusa a participar de negociações importantes sobre seu programa nuclear", acrescentou.
O governo iraniano nega que esteja tentando desenvolver armas nucleares e diz que o diálogo e não as sanções é a única forma de resolver a disputa.
Em resposta ao anúncio da União Européia, um político iraniano afirmou que Teerã deve suspender imediatamente todas as vendas de petróleo para países europeus.
Ali Fallahian teria dito à agência de notícias iraniana Fars que o Irã deve parar de exportar o petróleo antes do dia 1º de julho, "para que o preço do petróleo aumente e os europeus... tenham problemas".
 
Novos fornecedores
A União Européia compra cerca de 20% das exportações de petróleo iraniano.
A Grécia é um dos países europeus que mais depende do combustível do país, pois compra cerca de um terço do petróleo que usa do Irã.
Itália e Espanha também compram do Irã, cada um, 10% do petróleo que usam. Estes países agora terão que procurar novos fornecedores.
O embargo deve ser adotado em etapas, para minimizar o impacto nos países que importam petróleo do Irã.
Segundo o analista da BBC para assuntos de Defesa Jonathan Marcus, outros fornecedores, como a Arábia Saudita, parecem inclinados a cobrir a falta que o petróleo iraniano poderá fazer, apesar das ameaças do Irã contra aquele país.
Marcus destaca também o fato de que os clientes do Irã na Europa estão entre os países europeus com economias mais fracas.

Petróleo para a Ásia
Os principais clientes do Irã, no entanto, não estão na Europa, mas na Ásia.
Os Estados Unidos já tentaram, com sucesso apenas limitado, convencer a Coréia do Sul e o Japão a diminuírem as importações do petróleo iraniano.
A China, que compra mais de um quinto do petróleo produzido pelo Irã, é a chave para o sucesso de sanções contra o país. Mas, o governo chinês está enviando sinais conflitantes.
Por um lado, a China parece ter diminuído os pedidos para o Irã e tentado aumentar suas ligações com outros produtores da região do Golfo Pérsico.
Mas, ainda não está claro se isto reflete um desejo de alertar, diplomaticamente, o Irã ou uma manobra para conseguir o melhor preço, já que o setor de petróleo do Irã está sob pressão.
 
Conseqüências e tensão
Os diplomatas ocidentais ainda não sabem se estas novas sanções serão bem sucedidas. Não há dúvidas de que a economia iraniana deve ser prejudicada, mas ainda não se sabe quais serão as conseqüências para o programa nuclear do país, que é uma questão de orgulho nacional.

Povo iraniano deve ser o mais prejudicado por sanções
O que se sabe, segundo Jonathan Marcus, é que o povo iraniano vai sofrer as conseqüências e não a elite do país.
Em vista disto, alguns países ocidentais até esperam por uma mudança no regime iraniano.
Mas sempre houve uma ambivalência da política ocidental a respeito deste assunto e as forças de oposição iranianas não mostraram sinais mais fortes de terem ganho mais fôlego depois das revoluções da chamada Primavera Árabe.
Ainda há muita incerteza em relação às opções de Israel, se o país pretende ou não atacar as instalações nucleares iranianas em 2012.
Por enquanto, os Estados Unidos parecem estar tentando convencer os israelenses a dar mais tempo para sanções e pressão diplomática.
Mas, a ameaça de um ataque israelense agora foi substituída por um temor mais urgente, a ameaça do Irã de bloquear o estreito de Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico, uma importante rota comercial.
Um confronto no estreito poderia facilmente evoluir para um conflito mais amplo com o Irã. E, devido ao estado volátil naquela região, um conflito como este poderia se transformar em uma guerra mais ampla.

BBC Brasil, Atualizado em 23 de janeiro, 2012 - 13:30 (Brasília) 15:30 GMT
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/01/120123_ira_europa_embargo_fn.shtml
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