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sábado, 23 de julho de 2011

A POLÍTICA EXTERNA NORTE-AMERICANA

A POLÍTICA EXTERNA NORTE-AMERICANA
Para formular este subcapítulo, foram feitas leituras, em especial, do material bibliográfico de Eduardo Spohr. Segundo este, ao analisar a política externa dos EUA, percebe-se que o referido país, além de manter relações com Israel, também apoia regimes opressores, tanto na África, como na Ásia; e ainda promove golpes políticos na América Latina. Inclusive, a América Latina, nos últimos anos, tem se mostrado resistente a esse imperialismo. Em contrapartida, os EUA oprimem os sistemas econômicos de qualquer nação que possa vir a ser hostil aos seus interesses.
            O presidente George. W. Bush (pai), ao assumir a presidência dos EUA, bombardeou o Iraque sem um motivo aparentemente justificável. O interessante é que, durante a Guerra do Irã e Iraque, os EUA apoiaram Saddan Hussein. Mas três anos após, o governo de Bush liderou um vasto exército contra o mesmo governo de Saddan Hussein. Esse acontecimento ficou conhecido como a Guerra do Golfo. Entretanto, o Oriente Médio não foi o único palco de batalhas para os EUA: é importante citar o trágico incidente de Hiroshima e Nagasaki, no qual as bombas norte-americanas mataram milhares de “civis”. É necessário observar que não existia um exército japonês naquela cidade e, por isso, não havia justificativa para que os EUA lançassem a Bomba Atômica sobre ela.
Outro incidente que pode ser mencionado diz respeito à Guerra do Vietnã, em que os EUA são conhecidos como o terror na Ásia, durante a Guerra Fria. Cabe citar também o ocorrido do dia 11 de setembro de 1973, no Chile – local em que houve um golpe militar apoiado pelo departamento de Washington, levando ao poder o militar Augusto Pinochet. Esse foi um dos períodos mais brutais na história do Chile.
            Abaixo, exibe-se uma fala do jornalista australiano John Pilger:

O presidente Bush promete ler bem a Bíblia, e liderar a missão de criar sociedades livres, em todos os continentes. Entender essa mentira épica é entender a História. História chocante. História surpreendente. Uma história que explica como nós, do ocidente, sabemos muito sobre os crimes dos outros. Mas quase nada sobre os nossos. A palavra perdida é “império”. E o êxito americano reside em que nenhum país possa desenvolver-se, a seu modo, a não ser que esse modo coincida com os interesses dos Estados Unidos. O Império não tem nada a ver com liberdade. O Império é conquista e ataque. Controle e segredo.  Desde 1946, os Estados Unidos têm tentado derrubar mais de 50 governos. Muitos deles eram democracias. Durante esse processo, 40 países foram atacados e bombardeados. Causando a perda de inúmeras vidas. Durante minha vida, vários países da América Latina, foram atacados pelos Estados Unidos direta ou indiretamente. Colocando no governo ditadores ou lideres pró-americanos.
 (PILGER, Documentário Guerra à Democracia, 2007).

Nesse breve comentário, Pilger descreve a política externa dos EUA nas últimas décadas. Ele traz à tona, em seu discurso, os vários momentos em que os Estados Unidos da América realizaram verdadeiras chacinas para alcançarem seus objetivos. Cabe relembrar, então, o questionamento inicial: o que os Estados Unidos têm feito em relação à Questão Palestina nas ultimas décadas? E a resposta certa é “nada”. Pelo menos não nos quesitos éticos e diplomáticos, que o mundo globalizado tem ou, aparentemente, demonstra seguir. Os EUA querem mostrar ao mundo que seguem uma política baseada na palavra “DEMOCRACIA”.  Contudo, a Democracia não é bem aquilo que os EUA têm levado aos países de diversas regiões do mundo.  Como disse Pilger, a palavra imperialismo parece não fazer sentido quando se observam as políticas tomadas pelos EUA. Voltando ao Oriente Médio, é até possível mencionar que os EUA possuem uma obsessão por aquela região. Não é difícil perceber qual é o motivo que desencadeia isso: o Oriente Médio, hoje, tem as maiores fontes de petróleo do mundo. Levando-se em consideração a extinção dos seus recursos petrolíferos, os EUA precisam de alguém ou de alguma nação que defenda seus interesses dentro daquele território. Pode-se comparar isso com a cidade de Cuba há algumas décadas atrás, quando a mesma era um ponto estratégico da União Soviética para alcançar a América.
            Diante dessas pavorosas intervenções, a imagem “democrática” dos EUA já tem caído diante dos olhos de muitos ao redor do mundo, pois em vários acontecimentos é possível verificar pessoas que se lançam contra o governo dos EUA. Vale citar aqui alguns exemplos desses atentados contra os norte-americanos, não com o objetivo de simplesmente transformar o mundo um palco de terror, de forma alguma; mas, sim, com o objetivo de mostrar que existe algo errado e que muitos estão descontentes com a política externa dessa grande nação ocidental.
Sem dúvida, o maior atentado em defesa da causa palestina foi a maior tragédia da história das Olimpíadas: no dia 5 de setembro de 1972, na cidade de Munique, que estava servindo de sede para os jogos olímpicos, terroristas palestinos sequestraram e massacraram onze atletas israelenses (Figura 8). Diante do fracasso das forças alemãs, esse acontecimento ficou conhecido como “Setembro Negro”.
Figura 8: O fim do sonho olímpico, 5 de setembro de 1972, Munique (Alemanha).
No dia 18 de abril de 1983, a embaixada dos Estados Unidos, no Líbano, é explodida, sendo que dentre os mortos estava um diretor da CIA. Esse ocorrido, que foi assumido integralmente pelos integrantes da Jihad Islâmica, fragilizou as relações entre Washington e Beirute.

Caminhão-bomba em Beirute, 18 de abril de 1983, Beirute (Líbano)


Uma bomba instalada em um avião da empresa americana Pan Am, no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, pulverizou o jumbo que fazia o vôo 103. Os moradores da cidadezinha de Lockerbie despertaram com uma bola de fogo no ar e corpos queimados nos quintais. A Líbia só admitiu sua culpa anos depois.

 
Explosão no ar, 21 de dezembro de 1988, Lockerbie (Escócia)
Fonte:oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/12/21/lockerbie-marca-20-anos-de-ataque-bomba-em-aviao-587495462.asp

A explosão de um furgão, recheado com meia tonelada de bombas, matou e feriu americanos; causou 300 milhões de dólares em prejuízos e serviu de prelúdio para o maior ataque terrorista da História, em 2001. Foi a primeira grande ação dos radicais islâmicos no país mais rico e poderoso do mundo.

 
Violento prelúdio, 26 de fevereiro de 1993, Nova York (EUA).
Fonte: http://www.ibtimes.com/articles/141437/20110504/al-qaeda-a-notorious-history-of-death-photos.htm


O maior ataque cometido na América Latina pôs, no chão, uma associação judaica no centro de Buenos Aires. Anos depois, integrantes da rede Al Qaeda assumiram a autoria da ação, confirmando o temor em torno da suposta presença de radicais muçulmanos na tríplice fronteira com o Brasil e o Paraguai.


 
 
Ódio árabe na América do Sul, 18 de julho de 1994, Buenos Aires (Argentina).
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/ariel-palacios/2011/07/


No maior atentado terrorista da História, dois aviões – sequestrados por extremistas islâmicos – foram lançados contra o World Trade Center, em New York. Esse acontecimento marcou, de fato, a caça ao terrorismo mundial.

 
O império vulnerável, 11 de setembro de 2001, Nova York, Washington e sul da Pensilvânia (EUA)

            O que tem acontecido, dentro da limitação de Washington, configura-se como um crime em relação aos direitos de liberdade que sua própria Constituição estabelece. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, evidenciou-se que os EUA, embora seja o país com maior desenvolvimento tecnológico, ficaram imunes a um ataque terrorista dentro de seu território. É interessante observar que os autores desse atentado não utilizaram tecnologias de ponta, no entanto, os resultados foram mais catastróficos do que um exército propriamente dito.
Hoje, vive-se um momento de desmantelamento do Capitalismo em combinação com a Democracia, ou seja, países inteiramente abertos às demais nações, levam seus interesses à comunidade internacional, dando o primeiro passo para o fim da hegemonia unilateral Norte-Americana. De acordo com Hosbawm:

[...] Preocupações internacionais específicas desse período, que foi dominado pela decisão tomada pelo governo dos Estados Unidos em 2001 de afirmar uma hegemonia unilateral sobre o mundo, condenando convenções internacionais até então aceitas, reservando-se o direito de fazer guerras de agressão ou outras operações militares sempre que o desejasse e levando-as à prática.
(HOBSBAWM, 2007, p. 13)


O historiador Eric Hobsbawm, em seu mais recente trabalho historiográfico, descreve a situação dos Estados Unidos diante das relações internacionais, mostrando como tem sido a política externa desse país, que embora pregue o espírito de democracia, não o mantém dentro do seu governo de forma íntegra, revelando que não somente agora, mas durante todas as últimas décadas após a Segunda Guerra Mundial, o desrespeito aos demais países vem acontecendo.

Prof. Fernando G Lehnen

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